sexta-feira, 16 de março de 2012

LIÇÕES DE UMA JOVEM ENFERMEIRA


Conforme relato da escritora Rebeca Manley Pippert, em um artigo publicado na revista americana “Campus Life” (A vida no campus), uma jovem enfermeira escreve sobre sua luta para aprender a enxergar em uma paciente a imagem de Deus sob um “doloroso disfarce”.

Eileen foi uma de suas primeiras pacientes, um caso completamente sem esperanças. “Um aneurisma cerebral (rompimento de veias no cérebro)”, escreve a enfermeira, “impedia que ela tivesse consciência do que ocorria em todo o seu corpo”. Logo os médicos concluíram que Eileen estava totalmente inconsciente, incapaz de sentir dor e alheia a tudo o que se passava a seu redor.

A equipe de enfermagem do hospital tinha a responsabilidade de virá-la no leito a cada hora para evitar a formação de escaras e de alimentá-la duas vezes por dia “com uma espécie de mingau ralo que passava por um tubo até chegar ao estômago”. Cuidar dela era uma tarefa ingrata.

Em estados tão graves como esse – dissera-lhe uma enfermeira mais antiga do hospital -, você precisa desligar-se emocionalmente da situação. Em conseqüência disso, Eileen começou a ser tratada cada vez mais como um objeto, um vegetal...

Porém, a jovem enfermeira, decidiu que não trataria aquela paciente assim. Ela conversava com Eileen, cantava para ela, incentivava-a e chegou até a presenteá-la com algumas lembrancinhas.

Certo dia, quando a situação ficou realmente muito complicada, sendo a ocasião ideal para a jovem enfermeira descarregar toda a sua frustração sobre a paciente, ela, pelo contrário, agiu com extrema bondade. Era o Dia de Ações de Graças (data especial comemorada pelos americanos) e a enfermeira disse à paciente:
- Eu estava muito mal humorada esta manhã. Eileen, porque hoje seria o meu dia de folga. Mas, agora que estou aqui, sinto-me feliz. Eu não poderia deixar de vê-la no Dia de Ações de Graças. Você sabia que hoje é Dia de Ações de Graças?

Nesse exato momento, o telefone tocou. Enquanto se virava para atendê-lo, a enfermeira olhou de relance para a paciente. Ela relatou: Eileen estava “olhando para mim... chorando. Grandes lágrimas caíam sobre o travesseiro, e seu corpo inteiro tremia”.

Aquela única manifestação de emoção que Eileen deixou transparecer foi suficiente para mudar a atitude de todos os funcionários do hospital em relação a ela. Pouco tempo depois, Eileen faleceu.

A jovem enfermeira encerra seu artigo dizendo: “continuo a pensar nela... Ocorreu-me que devo muito a ela. Se não fosse Eileen, eu jamais saberia o que significa dedicar-se a alguém que não pode oferecer nada em troca”.

E você? Já sabe o significado de dedicar-se a alguém que não pode oferecer nada em troca?...

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