Por Hélio Machado
É revoltante como a desigualdade social impera neste País.
Analisando o contraste de duas reportagens vinculadas em um telejornal há algum
tempo atrás, confesso que fiquei muito indignado.
Na primeira reportagem o telejornal mostrava a prisão em flagrante
de uma pobre mulher; grávida, desempregada, sem casa para morar; que (embora
sua atitude seja injustificável) devido o aperto da fome entrou numa
panificadora e furtou um litro de leite para poder se alimentar. A reportagem
mostrou a pobre mulher presa na delegacia, a espera que os trâmites legais
fossem resolvido para responder ao seu delito em liberdade.
Instantes depois o mesmo telejornal noticiava que em uma ação
rápida a Assembléia legislativa do Rio de Janeiro, com larga maioria dos votos
de seus pares tirava da prisão um de seus deputados que também havia sido preso
em flagrante. A
diferença é que este não tinha roubado um litro de leite para matar a fome e
sim de acordo com a denúncia do ministério público, o mesmo comandava uma
quadrilha que defraudava os cofres públicos e fazia lavagem de dinheiro.
É lógico que jamais um erro deve servir de justificativa para
outro, e muito menos estou aqui fazendo apologia para atitudes desonestas, e
concordo plenamente que é necessário agir de acordo com a lei, até para que a
situação não se transforme numa anarquia.
Porém cá entre nós, uma pobre mulher, com mais de cinco meses de
gestação, sem ter o que comer, sem ter onde morar vai para a cadeia, enquanto
marginais do colarinho branco estão sendo absolvidos todos os dias neste País.
Pense você comigo; quantos litros de leite são roubados todos os
dias das famílias brasileiras, pela máfia do poder? Quantos litros de leites
são saqueados das geladeiras de pobres miseráveis neste País, através de
desvios de investimentos que deveriam beneficiar os mais necessitados,
proporcionando um pouco mais de dignidade.
Mas a ganância, o vício da corrupção faz com que pobres cidadãos como
a mulher citada na reportagem, tenha que viver na miséria, sofrendo todo tipo
de humilhação, sendo tratados como a escória da sociedade, por que as riquezas
e os recursos naturais de nosso País estão sendo geridos sob o estigma da
corrupção e da desigualdade social.
É hora de acordarmos! Não mais fazer de nosso voto uma moeda de
troca. É hora de fazermos jus ao nosso direito de cidadania, dando um basta a
esta situação.
Por favor, neste ano teremos eleição. Não venda seu voto.
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