Por Hélio Machado
Hoje eu vim aqui para
conversar. Conversar se possível apenas comigo. Ou talvez com alguém que esteja
longe. Do outro lado. Lá onde as opiniões se divergem. Mas pode ser que de
repente surja alguém de muito perto. Provavelmente bem mais de perto do que eu
possa imaginar. E talvez este alguém esteja disposto à comigo conversar.
Posso arriscar com um
pouco mais de esperança e ousadia, contar com a resposta de alguém ao pé do meu
ouvido. Pronunciando palavras tão
próximas, capaz de se poder ouvir o sonido do coração. Dizendo às vezes sim,
outras vezes não, porém com muita limpidez que dá vontade até mesmo de saborear
como um líquido refrescante cada gota proveniente do seu saber arrebatando-a
para a alma.
Às vezes sim, às
vezes não, para, o ressoar de uma realidade que reflete apenas os mesmos
sentimentos. Para as mesmas dores e preocupações que nos acometem diante das
turbulências advindas por uma tempestade que nem sempre somos os culpados ou os
causadores da mesma, mas que simplesmente somos obrigados a enfrentá-la.
Às vezes sim, às
vezes não para uma teimosia oriunda da alma em querer o errado quando o certo
está bem ao nosso lado pedindo e até mesmo implorando por passagem. Apontando
no retrovisor de nossa existência um alerta de que existem perigos no caminho e
que poderão produzir estragos e tirar a beleza de nosso caminhar.
Hoje eu vim aqui para
conversar sobre tudo o que é possível neste mundo de constantes incertezas, de
visibilidades distorcidas, de miragens que confundem, produzindo medos a ponto
de fazer com que o indivíduo relute em olhar pelo retrovisor.
São as mazelas da
vida. Percalços e dissabores que são capazes de produzir na alma estigmas
indesejáveis. Situações que nos acometem em que sorrimos com os lábios e
choramos com o coração. Todavia nem sempre é possível disfarçar com uma
maquiagem o estrago produzido por uma lágrima que descuidadamente deixamos
escorrer pela face colocando em evidência a realidade da alma, mostrando a
nudez de nosso coração.
Mas existe, contudo o
espelho nosso existencial de cada dia que pode nos fazer forte o bastante para
percebermos que neste emaranhado de coisas que a vida nos apresenta nem sempre
uma lágrima é a representação de um coração abatido. Pode ser o resultado
emocional de uma conquista traduzindo a alegria de poder erguer os olhos para o
céu e dizer:
- Obrigado Deus!
-Eu ainda estou em pé.
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